quarta-feira, março 26, 2008

Dá-me o telemóvel...JÁ!!!!

Oh...coitadinha da professora, uma paz de alma, quando falecer deverá ser santificada...
Todos os dias se levanta cedo e se deita tarde... também eu!
Nem por isso falto ao respeito às pessoas, muito menos lhes "roubo" os telemóveis. Se aceito a atitude da aluna para com o professor? de modo algum. Convém não colocar de parte a idéia de que um professor, e quando a conduta de um aluno não respeitar o normal decorrer do leccionamento da aula, tem o poder de intervir chamando o aluno à razão e quando muito o expulsar da sala, mas nunca de se apropriar por tempo algum de bens pessoais dos mesmos.
E voltamos ao mesmo...mediatismo televisivo e consequentes respostas por parte daqueles que governam de forma deminuta este país, que nunca foi e provavelmente nunca será de nível médio Europeu.
Ah...já sei. Instantaneamente fez-se luz neste cérebro centrista, esquerdista, ou de direita... prefiro liberal e sensato... como for, a atitude da professora deve ser porque o ministério da educação prevê atribuir anualmente um prémio de 25 mil euros ao melhor professor. Camufla um pouco a questão deixada em análise da avaliação dos professores... E lá está, a professora deveria estar já a preparar-se para atingir objectivos delineados para tal, e com tanta exposição do caso e a sua casual divulgação após gravação no telemóvel... parabéns senhora professora, o prémio já é seu.
Mas no fundo, mesmo lá no fundo, e analisando um passado algo recente... tudo isto de professores baterem em alunos e vice-versa, começou há um par de anos quando veio a publico uma mãe que não gostou que a professora da primária do seu precioso filhinho lhe tenha dado um puxão de orelhas... "tadinho"...
Sou um tipo normal, não me destaco na multidão por algo de extraordinário que tenha feito, passo despercebido ao olhar das pessoas na rua, com 6 anos de idade fui para a escola.
Lembro-me perfeitamente, nesse dia o meu pai levou-me à escola logo pela manhã, um dia de Outono, e a mais ou menos a 5/6 km de casa. Fomos a pé, não havia dinheiro para transporte, e eu sempre de mão dada ao meu pai. Pelo caminho ficavam ruas, passagens em terra batida e elameadas, pinhais, becos e perguntas sobre a escola, que o meu pai ia esclarecendo pelo caminho. Após esse dia, fiz durante 4 anos esse percurso sempre sozinho e a pé...e agora as criancinhas têm de ser levadas todos os dias pelos papás ou mamás...e depois das aulas vão para o infantário, eu ir lavrar o campo com a minha avó. Traquina como sempre, levei boas réguadas nas mãos e puxões de orelhas... e nunca em momento algum me queixei que a D. Palmira me tenha agredido ou mal tratado, fazia parte de uma educação bem diferente da actual, e os alunos respeitavam os professores, e eles o nosso intelecto, procurando formas de nos incentivar, apesar das reprimendas que os pais dos tempos modernos condenam.
É um mundo às avessas aquele em que vivemos...e agora a tal aluna, de nome Patricia, irá ser presente a tribunal de menores por querer reaver algo que lhe terá sido usurpado.
O outro, já adulto e reincidente umas, não recordo bem, digamos 60 vezes na condução de veículos sem carta, foi a tribunal e saiu sem nenhuma coima...apenas uma pena suspensa.
O perfeito exemplo de um país com 2 pesos e 2 medidas...